No último post eu falei das principais atrações da Chapadas Diamantina, agora vou contar como foi o meu roteiro. É uma excelente sugestão para quem quiser ter uma visão geral dos quatro cantos do parque e possuem 09 dias disponíveis.
Esse roteiro se passou no feriado de 12 de outubro de 2015. Fomos de avião até Salvador e seguimos de carro alugado até a Chapada Diamantina.
1º dia – sexta-feira – 09/10 (Rio – Salvador):
Peguei o vôo Rio – Salvador ao final do dia e encontrei no aeroporto de destino a minha amiga e companheira de viagem que vinha de São Paulo. Fomos direto pegar o nosso carro alugado na companhia Movida antes do check-in no Ibis ao lado do aeroporto (4,5km de distância).
Alugamos um carro simples (Gol, 1.2) no valor de R$ 724,00 por 10 dias. Como a Movida “do aeroporto” não dá para ir a pé, um representante da agência nos buscou no saguão e nos levou até a agência para cuidarmos da papelada e pegar o carro.
2º dia – sábado – 10/10 (Poço Azul e Igatu):
Saímos às 07h30 do hotel com destino ao Poço Azul e chegamos às 11h. A estrada foi muito tranquila e boa para dirigir. Esperávamos coisa pior, como estrada esburacada e cheia de caminhões, que não foi o caso. Usamos o GPS do Google Maps que nos atendeu muito bem.
O Poço Azul estava super cheio devido ao feriado e com muita sorte conseguimos entrar no grupo agendado para descer até a gruta às 14h (só é possível ficar 30 min na gruta). Sem ter o que fazer, caminhamos um pouco na redondeza e almoçamos no Restaurante da Alice que fica dentro da propriedade do Poço. A comida caseira estava deliciosa.
Depois de visitar o poço azul desistimos de conhecer o poço Encantado por causa do horário e fomos direto para Igatu. Essa estrada tem fama de ser um pouco perigosa, pois margeia um precipício e ela é toda pedregosa. Ficamos com receio de pegá-la no escuro.
Levamos umas 2 horas para chegar em Igatu, pois perdemos a entrada para a cidade e acabamos chegando junto com o pôr-do-sol. Infelizmente, não conseguimos ver a cidade durante o dia, mas à noite dela foi muito agradável.
Após o check-in na Pousada Flor de Açucena, fomos procurar algo para comer na pracinha principal e ficamos encantada. Aquele cenário tranquilo, com os moradores sentados, batendo papo fora e/ou jogando xadrez e a meia dúzia de lojinhas charmosas ao redor da praça foi mais do que a gente esperava. Uma das lojas, de um ourives, possuía tantas peças de prata de excelente bom gosto inspiradas na natureza que me fez querer comprar a loja inteira, mas me contentei com um brinco e a minha amiga com um colar. Naquela noite jantamos num restaurante/pizzaria/casa de um morador que a filha pequena dele fez questão de se juntar com a gente e contar as mil e uma histórias da região e de como a família dela tinha chegado ali.

Foto de Igatu pelas lentes do @leonelpittzer
3º dia – domingo – 11/10 (Cachoeira do Buracão e Abrigo do Mato):
Acordamos com o dia chuvoso e aproveitamos um pouco mais o banquete do café-da-manhã da Pousada Flor de Açucena e conhecemos os seus donos e suas histórias. Recomendo muito a estadia nessa pousada, que acabou sendo a melhor dos meus 10 dias pela Chapada.
Às 8h a chuva parou e saímos rumo à Cachoeira do Buracão. Tínhamos combinado com um guia (Luciano) para nos encontrar na portaria do início da trilha às 10h. O passo a passo de como chegar na trilha está no post anterior.

Caminho para a Cachoeira do Buracão
Dica: a trilha para a Cachoeira do Buracão é muito fácil, não exige nenhum preparo físico e é lindíssima. A contratação de guia é OBRIGATÓRIA infelizmente. Mas a oferta é enorme. Você não terá problemas em achar guias no caminho fazendo ofertas para te levarem nessa trilha. O preço que fechamos em 2015 foi de R$ 100,00 a dupla + R$ 6,00/pessoa para ingressar no parque.
Após a trilha nos hospedamos no Abrigo do Mato (casa do nosso guia Luciano), onde tivemos um jantar caseiro delicioso com o Luciano e sua filhinha Lia.
4º dia – segunda-feira – 12/10 (Cachoeira da Fumacinha e Abrigo do Mato):

Luciano e Lia, nossos anfitriões
Acordamos no Abrigo do Mato e tomamos um café da manhã delicioso com muito papo bom. Perdemos um pouco a hora e começamos a trilha para a Cachoeira da Fumacinha mais tarde do que o combinado (sugiro iniciar a trilha às 7h). O dia estava chuviscando, mas não queríamos perder a oportunidade de tenta-la. Infelizmente, mesmo com toda a nossa persistência, depois de 3h30 de caminhada acabamos desistindo. A trilha realmente é bastante penosa pois ela passa o tempo todo em cima do córrego de um rio e temos que ficar pulando de pedra em pedra, que são muitas vezes escorregadias.
A minha recomendação é fazer a trilha em dois dias ao invés de bate-e-volta como tentamos fazer. Em 2015, o preço do bate-e-volta guiado era R$ 200,00 (a dupla) e a trilha de 2 dias era R$ 500,00 (a dupla).
Mesmo não chegando à Cachoeira da Fumacinha vimos paisagens lindíssimas e curtimos os mergulhos nas piscinas naturais ao longo do rio.
5º dia – terça-feira – 13/10 (Vale do Capão e Riachinho):
A manhã foi de despedida da família linda do Luciano e daquele pedacinho do paraíso que é a casa dele, e pegamos o trecho de carro mais longo da viagem (Abrigo do Mato até o Vale do Capão). É um trajeto longo, mas lindíssimo!
Quando chegamos ao Vale do Capão, fizemos check-in na Pousada Pé no Mato, almoçamos o famoso bolinho de jaca e fomos direto aproveitar o Riachinho, que fica a 500 m da entrada da cidade.
O Vale do Capão é muito pequenino, só tem uma rua principal. Durante o dia a vila parece cidade fantasma, mas à medida que o dia vai chegando ao fim ela vai ganhando vida. Jantamos uma pizza de jaca deliciosa e paramos para comer a sobremesa num restaurante “natureba” mais para o final da rua.
6º dia – quarta-feira – 14/10 (Cachoeira da Fumaça por cima):
Às 8h o nosso guia dos próximos 3 dias de trilha, Guga, nos encontrou na pousada e iniciamos a nossa caminhada. Deixamos toda e qualquer bagagem extra na pousada antes de ir.
A caminhada até a Cachoeira da Fumaça por cima é muito fácil. Mas a partir desse ponto descemos a Serra do Macaco que foi muito penoso. A trilha é muito erodida formando degraus gigantescos e cansativos de serem superados.
Após a traumatizante Serra do Macaco chegamos ao ponto do nosso acampamento no meio de uma floresta densa, ao lado de um rio, numa região lindíssima. Fiquei deslumbrada. Tomamos banho no rio e comemos um jantar quentinho feito pelo Guga.
7º dia – quinta-feira – 15/10 (Cachoeira da Fumaça por baixo):

Chegando na parte de baixa da Cachoeira da Fumaça
Iniciamos a trilha cedo e fomos direto ver a Cachoeira da Fumaça por baixo (fizemos um bate-e-volta, deixando nossas malas no camping). Descansamos e lanchamos por lá e depois continuamos a caminhada rumo a Toca da Capivara que é muito bonita, onde acampamos e vimos o céu mais estrelado da viagem!
Esse foi o dia mais fácil da trilha, mas mesmo assim demandou grande esforço e ajuda dos quatro apoios.
8º dia – sexta-feira – 16/10 (Cachoeira do Palmital):

Cachoeira do Palmital
O terceiro e último dia da trilha foi o mais bonito e o mais cansativo.
Logo cedo, antes mesmo de tomar café da manhã, partimos rumo a Cachoeira do Palmital. Essa “cachu” e o caminho para chegar até ela parecem de contos de fada. A trilha se dá numa floresta densa e borboletas vão sobrevoando ao seu redor. Parece até mentira!
Depois de um refrescante banho na cachoeira só pra gente e um belo café da manhã, subimos até a belíssima Toca da Onça, onde tivemos a vista mais linda da caminhada.
Em seguida, descemos o Vale da Muriçoca até a Serra do Veneno. Esse trajeto é bem penoso e exaustivo devido ao acumulo de cansaço dos dias anteriores.
Ao final da trilha chegamos na maravilhosa cachoeira do Ribeirão do Meio que tem um tobogã e uma piscina natural. Foi uma excelente recompensa! Descansamos um bom tempo por lá, e depois um transfer nos buscou e nos levou de volta até o Vale do Capão.
Overall da trilha de três dias: achei a trilha muito bonita e foi um prazer ter conseguido completá-la, mas foi muito sacrificante. Eu não faria novamente e só recomendo para pessoas que estejam com um bom preparo físico e disposição.
9º dia – sábado – 17/10 (Fazenda da Pratinha e Morro do Pai Inácio):
Depois de uma noite bem dormida na Pousada Pé no Mato e renovadas, saímos cedo rumo à Fazenda da Pratinha.
Chegamos ao final da manhã na Pratinha, almoçamos, e quando se aproximou do pôr-do-sol fomos para o Morro do Pai Inácio, e terminamos o nosso último final de tarde na Chapada de forma triunfal. Sem dúvida, a vista de 360 graus que se tem do topo do Pai Inácio é a mais linda que você pode encontrar e, melhor ainda, a trilha é bem fácil (não há necessidade de guia e é acessível por qualquer pessoa que não tenha dificuldade de locomoção).
Após descer do Morro do Pai Inácio, fizemos o check-in no Pouso da Trilha em Lençois e batemos pernas pela cidade que nos surpreendeu positivamente pela estrutura e lugares transadinhos para comer e fazer compras. Se você não é chegado muito ao esquema “roots” e quer conhecer a Chapada Diamantina, Lençóis é o seu destino.
10º dia – domingo – 18/10 (Lençóis – Salvador – Rio):
Esse dia foi destinado ao deslocamento da volta. Acordamos, tomamos café da manhã e seguimos rumo a Salvador, onde deixamos o carro e fomos direto para o aeroporto. No aeroporto almoçamos e cada uma embarcou para a sua cidade de origem.
Neste post eu procurei dar uma visão geral do roteiro que eu fiz e gostei bastante, mas se você estiver procurando mais detalhes de cada atração dê uma olhada nesse post que acredito que vai te ajudar melhor.
Uauuu! Mais completo do que isso impossível! Adorei 🙂